Os jornais desta semana divulgaram a notícia de que, através do programa federal “Minha Casa, minha Vida”, serão construídas em Mariana duas mil novas casas. O acelerado inchaço demográfico de Mariana é decorrente do aumento das atividades minerárias no município. As empresas de mineração atraem muita gente para morar aqui ofertando muitos e bons empregos, mas não oferecem condições habitacionais dignas como aluguéis baixos para os funcionários contratados, deixando o abacaxi social para o município resolver.
Quando as empresas mineradoras começaram a explorar as jazidas de minério em Mariana, no começo da década de 1970, a Vale, a Samarco e a Samitre construíram, respectivamente, a Vila Del-Rei, a Vila Samarco em Antonio Pereira e Vila Samitri no Alto Rosário, bairros já inteiramente ocupados.
Depois disso, nestes 42 anos de atividades minerárias, a expansão demográfica desordenada continuou com o oferecimento de milhares empregos e as empresas nada fizeram para acolher tanta gente.
Mariana é uma cidade que não tem mais espaço físico para construção de novas moradias. A maior parte das terras ociosas no município está nas mãos de latifundiários empresários da mineração que não doam, não vendem e, quando suas terras são invadidas pelos sem terra, entram sempre com uma Ação de Reintegração de posse, quando não praticam a violência de derrubar casas construídas ilegalmente em suas propriedades.
O alto custo desse inchaço populacional provocado pelas mineradoras sempre fica nas costas do município que, para evitar o caos social, é obrigado a fazer desapropriações milionárias, a um custo muito elevado por terras que não valem nada, pois localizadas em áreas de risco sujeitas a inundações de rios e a desmoronamentos de encostas.
Os 200 milhões de reais anuais do orçamento do município já não conseguem dar conta do imenso impacto ambiental e habitacional causado e provocado pelas empresas mineradoras. O próximo prefeito precisa exigir delas um maior comprometimento social com a qualidade de vida dos marianenses.
Afinal de contas, as empresas mineradoras deixam milhões de reais no município, mas, em compensação, levam bilhões de dólares para o exterior.
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