Muito por tão pouco*
Parece até piada (de mau gosto), mas é vida real. A exemplo de Ouro Preto, vereadores marianenses decidiram, no apagar das luzes, a menos de 72 horas das eleições, aumentar os salários dos edis que assumem a partir de 2013.
Como a maioria dos vereadores foi reeleita, isto quer dizer engordar os próprios rendimentos.
Eles presentearam-se com um polpudo “reajuste” de 90%, elevando os próprios salários de R$ 4.200 para R$ 8.000. Isto não é aumento, é uma indecência. Não é um tapa com luva de pelica, mas um soco na boca do estômago do povo que depende do miserável Bolsa Família para sobreviver.
Incluem no pacote as regalias a que tem direito (verba de gabinete de R$ 6.000) e até o pagamento do 13º salário.
O anúncio não poderia vir em hora mais emblemática. Ocorre no justo momento em que o povo cobra mais ações e respostas do legislativo. Temos CPI emperrada na Câmara, comissões especiais que são nomeadas e não apresentam qualquer resultado.
Aos olhos de quem desconhece a nobre função legislativa, o vereador tem se limitado a se reunir uma vez por semana, em pouco menos de três horas, e aprovar tudo o que o Executivo manda. É preciso melhorar essa imagem. E não é com vultosos aumentos de salários que se consegue isso.
*Editorial do jornal “A Semana” – edição 446, de 18 a 24.10.2012.
Meu comentário: com raras e honrosas exceções, a maioria dos vereadores não tem emprego fixo na iniciativa privada capaz de sustentá-los. Exercem o cargo de vereadores como autênticos políticos profissionais. Caso percam eleição vão passar sérias dificuldades financeiras, pois, além de não ter emprego, não têm competência profissional para exercer cargos tão bem remunerados na iniciativa privada. Alguns, inclusive, vão se aposentar exercendo o cargo de vereador.
Com todo o respeito, considero eleitores que votam no legislativo municipal, estadual e federal idiotas e otários. Não adianta nada você votar numa pessoa honesta se lá dentro está cheia de políticos picaretas e sem ética. Com base nesse principio, eu não voto no poder legislativo desde 1980, há 32 anos. No meu entendimento, o legislativo como é exercido no Brasil é um poder inútil, pois não fiscaliza nada, e o que é pior: custa muito caro aos cofres públicos!
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