Manchetes de capa:
“Prefeito se agarra “no trono” e evita equipe de transição. Roberto Rodrigues se nega a abrir a Prefeitura de Mariana e avisa que dificultará o fornecimento de dados à equipe de Celso”.
“Câmara decide se abre processo para cassar prefeito”
Roberto recusa equipe de transição e comissão pode ter que recorrer à Justiça para ter acesso a informações.
A menos de 40 dias da posse, o prefeito eleito, Celso Cota (PSDB), não conseguiu ter acesso às informações sobre a Prefeitura de Mariana, e poderá ter que recorrer à Justiça para fazer a transição de governo.
O prefeito Roberto Rodrigues (PTB), no cargo há nove meses, não se reelegeu e tem colocado entraves. Ele se recusa a nomear integrantes de sua gestão para compor a comissão e avisou que, pelo fato de estar respondendo a uma série de ações populares, poderá ter dificuldade em fornecer os dados ao seu sucessor.
As informações foram confirmadas pelo coordenador da equipe de transição, advogado José Celso dos Santos, após participar da reunião no Gabinete do Prefeito.
“O atual prefeito me recebeu respeitosamente e, ao menos pessoalmente, não se negou a fornecer os dados, apenas se indispôs quanto ao fato de haver contra ele várias ações populares e que tal situação vem acumulando serviços à procuradoria do município, temendo o prefeito que essa circunstância impeça o cumprimento do fornecimento dos dados à equipe de transição”, disse Santos.
Procurado pela reportagem, o prefeito não quis se manifestar sobre o assunto. Na reunião com o advogado, Roberto teria dito que o contato da equipe de transição deverá ser feito diretamente com ele. “Espero que ele tenha tempo e disponibilidade suficientes”, disse Santos.
O coordenador da transição explicou que a equipe não pretende auditar as contas do município, mas ter acesso aos principais dados, a fim de que haja continuidade dos serviços. Apesar do entrave, José Celso diz confiar no bom-senso do prefeito.
“Ao menos, por enquanto, confio na palavra do prefeito e não creio, pela sua formação acadêmica, moral e política, que não cumprirá o que determina a lei, mesmo porque está ele passível de responder juridicamente. A equipe de transição não se furtará de fazer valer os direitos que lhe são facultados pela lei para ter acesso aos dados necessários”, avisou o advogado.
Comissão processante
Vereadores decidem na próxima segunda-feira, dia 26, se abrem Comissão Processante que pode cassar o mandato do prefeito Roberto Rodrigues (PTB).
O pedido é do Sindicato dos Servidores e Funcionários Públicos da Prefeitura Mariana que protocolou a denúncia na Câmara na terça-feira, dia 20.
No cargo há nove meses, o prefeito é acusado de “possíveis irregularidades” numa série de desapropriações de terrenos que pertencem à Cia Mina da Passagem (CMP – Agricultura e Pecuária Ltda.) e de ter pagado indenizações milionárias à empresa que pertence a sua família, conforme as denúncias publicadas no A SEMANA e que estão sendo investigadas pelo Ministério Público.
Pelos cálculos do presidente do Sindserv Mariana, Francisco de Assis de Souza, “Chico Veterinário”, os negócios em família do prefeito podem ter somado mais de R$ 13 milhões. “Agora vem a pergunta que não quer calar: os vereadores cassaram a ex-prefeita Terezinha Ramos por suspeita de desviar R$ 98 mil, que jamais foi confirmada judicialmente. Agora, será que a Câmara vai se calar diante dos atos praticados pelo atual prefeito”, analisou o sindicalista João Batista Aguilar.
*Fonte: jornal "A Semana" - edição nº 451, de 22 a 28.11.2012.
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