Nenhum prefeito até hoje teve a coragem cívica e patriótica de implantar o tratamento sério e cientifico da água consumida pelos marianenses. Para implantar o sistema de tratamento de água no município, os prefeitos sempre tiveram medo político de vencer tabus culturais tipicamente marianenses: para manter os elevados custos de manutenção de água tratada, o prefeito seria automaticamente obrigado a cobrar a taxa de água dos contribuintes marianenses.
O prefeito de plantão sempre teve medo de cobrar pelo uso da água temendo perder o poder político, pois a população marianense, habituada ao tradicional paternalismo municipal, não gosta de pagar nada, quer tudo de graça. Já virou tradição em Mariana: a maioria da população, sempre mal acostumada, não paga impostos municipais e nunca foi punida pelo município pela crônica inadimplência. Os prefeitos, ao invés de preocupar com a saúde pública dos marianenses, preferem optar pela sua sobrevivência política.
Até 1970, antes do advento das empresas mineradoras, a culpa não era dos então prefeitos, pois o município realmente não tinha a menor condição financeira para custear o alto investimento no tratamento científico da água. Mas, a bem da verdade, no final do século XX, décadas de 1990 a 2000 e começo deste, o município começou a ter condições financeiras suficientes para tratar da água. À exceção dos prefeitos que ficaram pouco tempo na prefeitura durante a crise política de 2008 a 2012, os demais prefeitos, anteriores à crise, tiveram tempo e dinheiro suficientes para fazer o tratamento da água e do esgoto, mas preferiram fazer um tratamento paliativo que muita gente tanto não confia que prefere comprar os tais galões de “água potável” cuja pureza o município sequer fiscaliza.
Se os prefeitos anteriores já tivessem contratado uma empresa competente e especializada em tratamento de água e esgoto, como muitos municípios bem menores que o nosso já fizeram, esse problema recorrente já estaria resolvido. Mas sempre faltaram coragem e vontade política dos prefeitos para resolvê-lo.
Há séculos, tradicionalmente, de abril a outubro, não costuma chover em Mariana. Tudo muito previsível. A falta de água neste período seco, no meu entendimento, é decorrente de dois fatores: primeiro não há quantidade de reservatórios suficiente para captação de água; segundo, como ninguém paga pelo seu consumo, há um proposital e criminoso desperdício dela em Mariana.
Conclusão da história: quando o futuro prefeito eleito tomar posse e tiver realmente compromisso de honra com a preservação da saúde pública marianense tratando da água e cobrando pelo consumo dela, vai sobrar o precioso líquido em Mariana! Quem viver verá!
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