Memória política
Durante todo o século XX, o sistema eleitoral adotado pelos políticos marianenses foi o do bipartidarismo entre Direita e Esquerda, sustentado ao longo dos tempos por intenso fanatismo político entre os dois grupos partidários rivais. Tudo começou no inicio do século quando dois políticos importantes da influente Família Gomes Freire, um médico e outro advogado, politicamente divergentes entre si, criaram as duas tradicionais agremiações partidárias, na época, denominadas Piolho (Esquerda) e Percevejo (Direita).
Durante e após a ditadura de Getulio Vargas, com a saída voluntária de Mariana para Belo Horizonte da Familia Gomes Freire, chefiaram a política em Mariana dois advogados: Dr. Celso Arinos Mota que comandou a Esquerda até 1970 e o Dr. Octávio Josefino do Espírito Santo que liderou a Direita até o final da década de 1960. Sucederam os dois, respectivamente, João Ramos Filho e a Família Salim Mansur (João, Bady e Dr. Elias). Com o rompimento da Familia Salim Mansur com a Direita que passou a apoiar João Ramos Filho, a Direita foi chefiada por várias lideranças como a de Vicente Cândido da Silva, ainda vivo aos 96 anos de idade, Dr. Fausto, Silvio Ribeiro, Alypio Faria entre outros mais.
Excepcionalmente, sem que houvesse ainda a quebra do bipartidarismo então ainda vigente em Mariana, em 1992 tivemos uma eleição inusitada com a participação de cinco candidatos: João Ramos, PMDB que ganhou a eleição, Francisco de Oliveira Miranda (Nonô Miranda), PFL pela Direita, Advogado Derly Pedro da Silva, (PSC), Engenheiro João da Cruz Pimenta (Nonô Pimenta), PTR e José Cláudio Adão (Cacá), PT. Nessa eleição, João Ramos teve mais votos do que a soma dos outros quatro candidatos e ainda impôs uma frente de mais dois mil votos. No meu entendimento, foi a vitoria mais consagradora dele em sua vitoriosa trajetória política.
O tradicional bipartidarismo em Mariana só começou a desmoronar definitivamente quando Celso Cota, ao ganhar as eleições para prefeito no período de 2001 a 2004, rompeu politicamente com João Ramos Filho. Desse rompimento surgiu então a Esquerda tradicional e a Esquerda dissidente. Nas eleições municipais de 2008, disputaram o pleito não só a Esquerda tradicional por intermédio de Terezinha Ramos que substituiu João Ramos por causa de seu assassinato, como a Esquerda dissidente que apoiou o candidato da Direita, Roque Camêllo, que saiu vitorioso nas urnas. Quebrando a tradição histórica da disputa eleitoral bipartidária, surgiu então um terceiro candidato oriundo da Esquerda, Duarte Junior, apoiado por Cássio Brigolini Neme oriundo da Direita, além da participação de mais dois candidatos de partidos nanicos.
Parlamentarismo municipal
Desde o afastamento do prefeito eleito nas urnas ocorrido em março de 2010, seguida do afastamento também da segunda colocada no pleito, a Câmara Municipal de Mariana, em apenas dois anos, deu posse cinco vezes a quatro políticos no cargo de prefeito. Tomaram posse nesse período Roque, Terezinha, Raimundo Horta, duas vezes, e Bambu. Essa longa crise política, que causa enormes prejuízos ao município e prejudica a administração pública marianense, é provocada pela omissão, incompetência e lentidão irresponsável da Justiça Eleitoral que não resolve o caso.
Porém, paradoxalmente, esta crise política provocou uma curiosa reviravolta na política marianense. Pela primeira vez na história política de Mariana surgiu um fato inusitado, inédito: a Câmara Municipal, com o apoio de todos os vereadores que teoricamente são representantes de todas as correntes políticas do município, outrora antagônicas, elegeu Bambu prefeito interino de Mariana.
Caso na prática essa união política parlamentar der certo e seja duradoura, o que eu, pessoalmente, duvido muito, pois a ambição pelo poder e a ganância pelos cargos são muito grandes, Mariana será o primeiro município no Brasil a ser governado temporariamente por um regime parlamentarista tendo Bambu como primeiro ministro!...
Durante todo o século XX, o sistema eleitoral adotado pelos políticos marianenses foi o do bipartidarismo entre Direita e Esquerda, sustentado ao longo dos tempos por intenso fanatismo político entre os dois grupos partidários rivais. Tudo começou no inicio do século quando dois políticos importantes da influente Família Gomes Freire, um médico e outro advogado, politicamente divergentes entre si, criaram as duas tradicionais agremiações partidárias, na época, denominadas Piolho (Esquerda) e Percevejo (Direita).
Durante e após a ditadura de Getulio Vargas, com a saída voluntária de Mariana para Belo Horizonte da Familia Gomes Freire, chefiaram a política em Mariana dois advogados: Dr. Celso Arinos Mota que comandou a Esquerda até 1970 e o Dr. Octávio Josefino do Espírito Santo que liderou a Direita até o final da década de 1960. Sucederam os dois, respectivamente, João Ramos Filho e a Família Salim Mansur (João, Bady e Dr. Elias). Com o rompimento da Familia Salim Mansur com a Direita que passou a apoiar João Ramos Filho, a Direita foi chefiada por várias lideranças como a de Vicente Cândido da Silva, ainda vivo aos 96 anos de idade, Dr. Fausto, Silvio Ribeiro, Alypio Faria entre outros mais.
Excepcionalmente, sem que houvesse ainda a quebra do bipartidarismo então ainda vigente em Mariana, em 1992 tivemos uma eleição inusitada com a participação de cinco candidatos: João Ramos, PMDB que ganhou a eleição, Francisco de Oliveira Miranda (Nonô Miranda), PFL pela Direita, Advogado Derly Pedro da Silva, (PSC), Engenheiro João da Cruz Pimenta (Nonô Pimenta), PTR e José Cláudio Adão (Cacá), PT. Nessa eleição, João Ramos teve mais votos do que a soma dos outros quatro candidatos e ainda impôs uma frente de mais dois mil votos. No meu entendimento, foi a vitoria mais consagradora dele em sua vitoriosa trajetória política.
O tradicional bipartidarismo em Mariana só começou a desmoronar definitivamente quando Celso Cota, ao ganhar as eleições para prefeito no período de 2001 a 2004, rompeu politicamente com João Ramos Filho. Desse rompimento surgiu então a Esquerda tradicional e a Esquerda dissidente. Nas eleições municipais de 2008, disputaram o pleito não só a Esquerda tradicional por intermédio de Terezinha Ramos que substituiu João Ramos por causa de seu assassinato, como a Esquerda dissidente que apoiou o candidato da Direita, Roque Camêllo, que saiu vitorioso nas urnas. Quebrando a tradição histórica da disputa eleitoral bipartidária, surgiu então um terceiro candidato oriundo da Esquerda, Duarte Junior, apoiado por Cássio Brigolini Neme oriundo da Direita, além da participação de mais dois candidatos de partidos nanicos.
Parlamentarismo municipal
Desde o afastamento do prefeito eleito nas urnas ocorrido em março de 2010, seguida do afastamento também da segunda colocada no pleito, a Câmara Municipal de Mariana, em apenas dois anos, deu posse cinco vezes a quatro políticos no cargo de prefeito. Tomaram posse nesse período Roque, Terezinha, Raimundo Horta, duas vezes, e Bambu. Essa longa crise política, que causa enormes prejuízos ao município e prejudica a administração pública marianense, é provocada pela omissão, incompetência e lentidão irresponsável da Justiça Eleitoral que não resolve o caso.
Porém, paradoxalmente, esta crise política provocou uma curiosa reviravolta na política marianense. Pela primeira vez na história política de Mariana surgiu um fato inusitado, inédito: a Câmara Municipal, com o apoio de todos os vereadores que teoricamente são representantes de todas as correntes políticas do município, outrora antagônicas, elegeu Bambu prefeito interino de Mariana.
Caso na prática essa união política parlamentar der certo e seja duradoura, o que eu, pessoalmente, duvido muito, pois a ambição pelo poder e a ganância pelos cargos são muito grandes, Mariana será o primeiro município no Brasil a ser governado temporariamente por um regime parlamentarista tendo Bambu como primeiro ministro!...
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