domingo, 23 de janeiro de 2011

Todos juntos e misturados

No meu entendimento, baseado na atuação dos partidos políticos de Mariana nas eleições municipais de 2008 e nas eleições gerais de 2010, surgiram, oriundas das duas tradicionais facções políticas, Direita e Esquerda, três dissidências. Duas originadas da Esquerda e lideradas por Celso Cota e Duarte Júnior e uma originada da Direita liderada por Cássio B. Neme, formando cinco facções políticas independentes que disputaram coligadas ou não, as últimas eleições com candidatos próprios.
Nas eleições municipais de 2008, o grupo político constituído pela Direita tradicional coligado com a Esquerda dissidente de Celso Cota e com o PT elegeu sete vereadores (Bruno Mol, Reginaldo Castro, Marcelo Macêdo, Leitão, Mundinho Horta, Bambu e Aílda). A Esquerda tradicional elegeu um vereador (Nêgo), enquanto a Esquerda dissidente de Duarte Junior em coligação com a Direita Dissidente elegeu dois vereadores (Fernando Sampaio e Juliano Gonçalves). Essas três dissidências políticas tiveram candidatos próprios ao cargo de prefeito: Roque Camêllo e Duarte Júnior.
Apesar de ampla maioria na Câmara, a situação quase perdeu a eleição para presidência da Casa para a oposição que tinha apenas dois vereadores, graças às defecções de Bambu e Reginaldo, fato que ocasionaria um empate técnico de 5 a 5 e garantiria a eleição de Nêgo por ser o vereador mais idoso.
Numa estratégia política ousada e inteligente, ao invés de a situação e oposição ficar brigando pelo poder, causando desgastes na imagem deles, os vereadores se uniram em torno de um acordo que propiciava a cada vereador o direito à indicação de nomes para compor o secretariado e a nomeação de funcionários comissionados e de confiança para o primeiro e segundo escalões da administração pública municipal. Todos os partidos políticos de Mariana, antes antagônicos, estão agora representados na administração pública municipal. Fato inédito na política marianense. Entre os vereadores não houve perdedores nem vencedores: todos ganharam. Se a estratégia política vai dar certo ou não para o bem de Mariana só o tempo dirá.
Por causa desse acordo “franciscano” do é dando que se recebe, não houve foguetórios, não houve caça às bruxas, denúncias ao MP, nem ameaças de retaliações, de devassas, diagnósticos e CPIs, pois todos estavam solidários, juntos e misturados!

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