segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Ruim com ela, pior sem ela

A decisão da Câmara Municipal de Mariana de não aceitar a denúncia contra a prefeita Terezinha Severino Ramos, postulada pelo cidadão Marcius da Costa Machado, causou reações diversas nos meios políticos, empresariais e na opinião pública. A primeira reação política obviamente previsível é a de que a decisão agradou ao grupo da denunciada apesar do Ministério Público já estar apurando os fatos para propor uma ação judicial, mas cujo desfecho, talvez devido à crônica morosidade da justiça, certamente só aconteceria após o término do atual mandato.
Por outro lado, desagradou o grupo que se beneficiaria caso a Câmara aceitasse a denúncia e cassasse a prefeita. Portanto, para os que fazem negócios com a atual administração, a negativa da Câmara em apurar as denúncias foi um alivio, enquanto para o grupo denunciante que tinha interesse em tomar o lugar da prefeita foi um desastre.
Porém, para pessoas sérias, isentas e independentes, a recusa da Câmara em apurar as denúncias pegou muito mal, pois a principal finalidade de uma Câmara é fiscalizar o Executivo. É por isso que sempre digo: “O Legislativo como é exercido no Brasil é um Poder inútil, pois não fiscaliza nada e, pior, custa muito caro aos cofres públicos”.
Como se sabe, esse perverso entra-e-sai de prefeitos causado pela crônica indecisão da Justiça Eleitoral provoca muita insegurança política e jurídica nas atividades empresariais de empreiteiras de obras públicas, prestadores e fornecedores de serviços para a prefeitura, provocando imensas dificuldades no desempenho da administração municipal.
O cidadão comum, aquele que faz parte da opinião pública, que não tira vantagens econômico-financeiras com esse troca-troca de prefeito, deve ter ficado indignado e angustiado. Eu imagino que, já desesperançado e inconformado com situação política caótica em que vive, o cidadão marianense, como diria o deputado Tiririca, deveria estar pensando assim: pior que está não fica! A decisão da Câmara demonstrou que a maioria dos vereadores ficou num dilema atroz. Como seguro morreu de velho, por uma questão de sobrevivência política, os vereadores optaram pelo que consideravam certo do que pelo duvidoso.
Moral da história: se no entendimento da edilidade municipal marianense a prefeitura está ruim nas mãos da prefeita, ficaria muito pior politicamente para os vereadores nas mãos nada confiáveis dos notórios latifundiários empresários da mineração.

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