domingo, 11 de março de 2012

Panorama político

Para liderar uma agremiação partidária é fundamental que o político demonstre nas eleições municipais de que é popular e bom de voto. Assim funcionou no passado e hoje não é diferente. Quem não tem voto não lidera e nem ganha nada.
Os ruins de voto, para não ficar de fora da disputa eleitoral, criam os famosos partidos nanicos, que ajudam os grandes partidos na formação de coligação nas eleições proporcionais de vereadores, além de aumentar um pouco o tempo na propaganda eleitoral obrigatória nas emissoras de rádio e de televisão.
A representação política dos partidos em Mariana ficou muito difusa nas últimas eleições municipais proporcionais. Curiosamente, não houve prevalência numérica dos grandes sobre os pequenos partidos: o PSDB elegeu dois vereadores; o PMDB, um; o PTB, um; o PDT, um; o PT, uma; o PPS, um; o PRB, um; o PR, um e o PNB, um.
Essa longa crise política em Mariana acabou detonando as lideranças da Direita e Esquerda tradicionais. Ambas, hoje, não têm candidatos bons de votos. A Esquerda dissidente 1, liderada por Celso Cota e a Esquerda dissidente 2, liderada por Duarte Júnior, são as duas agremiações partidárias que sobreviveram ao tsunami da política marianense e é hoje constituída por políticos bons de voto, pois seus candidatos tiveram expressiva votação quando disputaram eleições municipais no passado. Mundinho Horta externou o seu descontentamento com o fato de Celso Cota ter trocado o seu nome para ser seu vice pelo de Duarte Júnior, mas, cauteloso, para não fechar as portas, disse ser amigo de todas as horas do ex-prefeito.
O atual prefeito Roberto Rodrigues (PTB), que não tem militância, experiência e nem liderança sobre nenhum grupo político existente em Mariana, só tem um vereador de seu partido na Câmara, o Nêgo que, por sinal, votou contra a cassação de Terezinha Ramos, portanto não pode contar com seu apoio político. Mas, em compensação, tem um vereador aliado na Câmara, o Bambu, do PDT, partido presidido por seu irmão Walter Rodrigues. Ele, se quiser, poderá se candidatar à reeleição.
O curioso na política marianense é quando alguns filiados de partidos e que não têm nenhum prestigio eleitoral pessoal pressionam os que são bons votos para não coligar com outros partidos, quando as chances deles ganhar, juntos, as eleições são bem maiores. Estão mais preocupados em detonar a candidatura do adversário, porque se sentem incapazes de formar uma força política suficiente para derrotá-lo nas urnas.
Acabam, por razões de incompatibilidade pessoal contra políticos da outra agremiação, prejudicando os partidos que não coligaram e obrigando os seus filiados a embarcar numa canoa furada praticando, então, o famoso suicídio político-eleitoral.

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